terça-feira, 10 de março de 2009

4º Episódio

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Ao chegar, decidiu que talvez seria mais fácil encontrar a resposta à sua grande dúvida se a procurasse em jovens tal como ela. E, logicamente, a escola seria um local ideal para que isso pudesse acontecer. Um sítio cheio de gente diferente, desde a roupa às coisas que tinham para dizer. Mas primeiro, teria de se integrar naquele espírito, tarefa difícil para alguém que teve sempre de programar bem todas as suas acções.


[o grupo das raparigas que aspiram um dia a ser completamente fúteis encontram-se, cumprimentando-se como só elas o sabem fazer, num ritual que de outra forma pareceria completamente fora do normal]

Tucha – Amigas, que dia de hoje o meu: levar a minha Fifi à manicure, tratar do pêlo, fazer-lhe umas madeixas cor-de-rosa para condizer com a minha toilette... sim, porque recuso-me a saír de casa se não estiver tudo a condizer!!!
Bibá – Por falar em condizer, repararam bem no conjunto que a stôra de Futilidades trazia hoje?
Todas – Que horror!!!
Páti – O que é que aquela mala tinha a ver com aquele vestido? Isto para não falar daqueles sapatinhos...
Nonô – Sapatinhos é uma forma simpática para falar daqueles tamancos!!! Eu acho que até deviam ter umas luzinhas de lado, uma placa atrás a dizer “veículo longo”, e quando desse passos atrás devia fazer aquele sinal sonoro [reproduz o som da marcha-atrás de um veículo pesado, ao mesmo tempo que todas desatam a rir]
Tucha – Falando de outro assunto, por acaso não viram o meu Jaime? Ando à procura dele há que horas! Não fosse o facto de ele ser tão popular, já lhe tinha colocado uns patins... de marca, claro, não daqueles que se compram em qualquer super-mercado...
Bibá – Tenho ideia que o vi à entrada da aula de Coisas Sem Grande Importância.
Tucha – Ai, aquele Jaime! Sempre a pensar que um dia poderá fazer qualquer coisa para mudar o mundo! Já viram como ele me faz sofrer tanto? Em vez de dedicar todo o seu tempo a mim e aos meus caprichos... Acho que não estou assim a pedir tanto, não é meninas? [todas concordam]
Páti – Sabes o que te digo? Que tens muita paciência com o Jaime! Eu não sei se eu era capaz!
Tucha – Tens toda a razão! Mas também tu não és eu! Mas não te preocupes que continuo a ser tua amiga...
Nonô – E se fôssemos continuar a nossa conversa extremamente fútil e sem particular interesse para outro local? Estes cromos todos aqui a passar atrás e à frente já estão a fazer muita confusão aos meus neurónios!
Tucha – Eu vou procurar o meu Jaime! Sigam-me, meninas!

[A Tucha e amigas saem de palco. Do lado oposto, entra o Jaime e seus amigos]

...

Sem comentários:

UMA ESTRELA DE AMOR

O rei Vladimiro era o governador de um mundo distante. Sempre considerou que o seu povo deveria ser governado com base na força e temor, garantindo-lhe o devido respeito. Por sua ordem, e desde o falecimento da sua esposa, foi proíbido que fosse proferida a palavra "Amor", ou qualquer situação na qual o termo estivesse presente.
Tinha uma única filha, Estrela, que um dia certamente o iria suceder. Embora nunca tivesse muito tempo para estar com ela, devido aos seus afazeres monárquicos, tentava sempre guardar um tempo na sua agenda para o encontro semanal com a sua legítima herdeira.
Estrela era o oposto do pai: coração aberto, muitas dúvidas, com uma vontade enorme de conhecer o mundo, e tudo o que nele existe. Como estava a crescer, não conseguia arranjar resposta para as dúvidas que iam crescendo dentro de si.
Certo dia, ao ler uma carta da sua mãe, encontrou uma palavra que nunca tinha visto na vida: "Amor"
Decidiu que iria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para descobrir o que era...


ELENCO:

Estrela -
Miriam Trinta
Jaime -
Hélio Galvão
Rei Vladimiro -
Fábio Santos
Margarida -
Ana M. Alves
Tucha -
Tatiana Fernandes
Bibá -
Bianca Gonçalves
Páti -
Ana S. Freitas
Nonô -
Natacha Almeida
Tozé -
Tiago Gonçalves
Fred -
Daniela Fonseca
Dino -
André Dias
Mensageiro -
Kelly Khulen