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Ao chegar, decidiu que talvez seria mais fácil encontrar a resposta à sua grande dúvida se a procurasse em jovens tal como ela. E, logicamente, a escola seria um local ideal para que isso pudesse acontecer. Um sítio cheio de gente diferente, desde a roupa às coisas que tinham para dizer. Mas primeiro, teria de se integrar naquele espírito, tarefa difícil para alguém que teve sempre de programar bem todas as suas acções.
[o grupo das raparigas que aspiram um dia a ser completamente fúteis encontram-se, cumprimentando-se como só elas o sabem fazer, num ritual que de outra forma pareceria completamente fora do normal]
Tucha – Amigas, que dia de hoje o meu: levar a minha Fifi à manicure, tratar do pêlo, fazer-lhe umas madeixas cor-de-rosa para condizer com a minha toilette... sim, porque recuso-me a saír de casa se não estiver tudo a condizer!!!
Bibá – Por falar em condizer, repararam bem no conjunto que a stôra de Futilidades trazia hoje?
Todas – Que horror!!!Páti – O que é que aquela mala tinha a ver com aquele vestido? Isto para não falar daqueles sapatinhos...
Nonô – Sapatinhos é uma forma simpática para falar daqueles tamancos!!! Eu acho que até deviam ter umas luzinhas de lado, uma placa atrás a dizer “veículo longo”, e quando desse passos atrás devia fazer aquele sinal sonoro [reproduz o som da marcha-atrás de um veículo pesado, ao mesmo tempo que todas desatam a rir]
Tucha – Falando de outro assunto, por acaso não viram o meu Jaime? Ando à procura dele há que horas! Não fosse o facto de ele ser tão popular, já lhe tinha colocado uns patins... de marca, claro, não daqueles que se compram em qualquer super-mercado...
Bibá – Tenho ideia que o vi à entrada da aula de Coisas Sem Grande Importância.
Tucha – Ai, aquele Jaime! Sempre a pensar que um dia poderá fazer qualquer coisa para mudar o mundo! Já viram como ele me faz sofrer tanto? Em vez de dedicar todo o seu tempo a mim e aos meus caprichos... Acho que não estou assim a pedir tanto, não é meninas? [todas concordam]
Páti – Sabes o que te digo? Que tens muita paciência com o Jaime! Eu não sei se eu era capaz!
Tucha – Tens toda a razão! Mas também tu não és eu! Mas não te preocupes que continuo a ser tua amiga...
Nonô – E se fôssemos continuar a nossa conversa extremamente fútil e sem particular interesse para outro local? Estes cromos todos aqui a passar atrás e à frente já estão a fazer muita confusão aos meus neurónios!
Tucha – Eu vou procurar o meu Jaime! Sigam-me, meninas!
[A Tucha e amigas saem de palco. Do lado oposto, entra o Jaime e seus amigos]
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